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Banco Central eleva taxa Selic para 15%, maior nível desde 2006

Copom elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, mas já afirmou que não deve fazer novos aumentos no próximo mês

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 jun 2025, 21h42 - Publicado em 18 jun 2025, 18h35

Após uma reunião amplamente aguardada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a Selic, a taxa básica de juros do país, em 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa sobe dos 14,75% para 15%, no maior patamar desde 2006. Por outro lado, o colegiado que reúne a diretoria do BC já antecipou, em seu comunicado, que deve interromper as altas a partir da próxima reunião, para poder observar como os efeitos que os fortes aumentos dos juros acumulados até aqui agem sobre a economia. A decisão, anunciada no início da noite desta quarta-feira, 18, foi unânime entre o presidente, Gabriel Galípolo, e os oito diretores que formam o Copom ao lado dele.

Este foi o sétimo aumento consecutivo na taxa básica de juros, que saiu dos 10,5% em que estava em setembro do ano passado para os atuais 15%, num dos mais rápidos e intensos ciclos de alta da Selic em duas décadas. Diferentemente de todas as reuniões anteriores, entretanto, quando ou o Copom já havia deixado anunciado o que ia fazer, ou o consenso a respeito das várias altas que foram realizados de lá para cá era amplo, as expectativas para a decisão desta semana estavam longe da concordância. Uma pesquisa divulgada pelo BTG Pactual pela manhã mostrou que, de 76 analistas e economistas do mercado financeiro entrevistados no início da semana, 51% contavam com uma manutenção e 49% com uma nova alta.

Por trás da cisão, está um cenário que também ficou mais complexo nos últimos meses, com a escalada da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde sua posse, em janeiro. A queda do dólar, acentuada por isso, e também os prognósticos de crescimento mais fraco para a economia global, estão entre os fatores que contribuem para a análise de que os juros brasileiros, um dos mais altos do mundo, já estavam em patamar suficientemente recessivo para ajudar a reduzir a inflação. Do outro lado, há a própria inflação, que continua acima da meta e sem perspectiva de voltar para ela tão cedo, além da desequilibrada situação fiscal do país e de indicadores econômicos que, em parte, continuam apontando para uma atividade ainda aquecida. O IPCA, indicador oficial de preços do país, encerrou maio aos 5,3% no acumulado em 12 meses, para uma meta que é de 3%.

Fim do ciclo

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, diz o comunicado do Copom. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.”

Mencionando também as incertezas deixadas pelo cenário interno e pelos primeiros sinais de “certa moderação no crescimento” na economia doméstica, o comitê antecipou que deve manter a taxa inalterada no próximo encontro. “Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o comunicado.

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